Alguns dias são mudos. É tanto sol, tanta
solidão. Esqueço de mim, refluxo de páginas lidas. Esse inverno será seco como eu.
Volto ao início, dando círculos, até que chega a hora da linha divisória. Banido
de uma vanguarda tardia. Nada subjetivo na madrugada busca prosa e poesia. A
paciência é uma virtude, esperei demais essa virtude. Esperei até que resolvesse
seus dilemas (o que nunca aconteceu) enquanto esperava que se resolvessem os
meus. Vejo seus olhos sorrindo quando digo coisas que você quer ouvir. A
primavera apenas começou. É um início desconhecido. É só mais um segredo.
Através do espelho. Diz quando chegará o
momento oportuno? Aquele momento exato em que meus olhos vão redescobrir o
mundo, e talvez mude minha apatia diante de tudo. O campeonato em África, meus
dedos, minha barba, meus pensamentos. Quando me olho no espelho não sou mais o
mesmo. Mesmo diante da vida, o mesmo menino enlaçado nos braços. Não mais me
reconheço através desse outro que não vi nascer. Surgiu com o tempo. Assim como
se esquece uma as chaves, repentinamente. Olho e não me vejo.
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